Compadre Quincas e o Cavalo Branco

Tem gente que tem a mania de ser entendido em determinado assunto. Louvamos pessoas que detém conhecimentos sobre determinado tema e sobre ele deita e rola cultura. E tem um tipo de pessoa que não é entendido em apenas um assunto, simplesmente ele entende de tudo! Estou a referir-me ao cabra que toma cachaça. O bêbado. O homem ébrio. O popular c... de cana! Devido a sua condição de embriaguez, incidentalmente ele passa a se apropriar de muita cultura. Como se a cachaça o tornasse um homem culto, detentor das “sete ciências”.

Convidado que fomos a uma festa de aniversário no final de semana. Estivemos nos congratulando entre amigos, e tivemos a maior prova do que afirmamos à cima. Pra começo de conversa: praticamente inexiste a conversa, até que se tenha ingerido a “água que passarinho não bebe”. Depois que o peste do álcool destrava a língua, aí pronto acaba o silêncio. Basta alguém arranjar um mote, um tema! E isso é o que não falta num momento como esse.
Alguém comentou sobre a Seleção Brasileira de Futebol, mas logo o assunto morreu por falta de interesse. Comentou-se a morte de Itamar Franco mais ficou só nisso, um comentário. Festas Juninas, Festas da Juventude, violência na cidade de Santana do Ipanema. Não! Nada emplacava! Uma mente mais “brilhante” (talvez um pouco menos sóbria que as outras) puxou o assunto sobre, que motivos levam as pessoas a “tomar uma”! Pronto! Taí um assunto que por unanimidade foi tornado interessante! Comentou-se de como o frio é auto-sugestivo e que desencadeia no organismo a vontade de praticar o esporte preferido do pingunço, o Arremesso de Copo com Líquido Inflamável à Boca.

Destilados e fermentados passariam além de ingerido, a voltar da boca em forma de palavras de elogios e loas aos efeitos proporcionados a cada um. Entre “uma” e “outra” iam os amigos contando das peripécias que um dia haviam cometido, por conta do consumo exagerado do néctar dos deuses e sua parentela. De quando descumpriram a velha regra que vem no rótulo que diz “Beba com moderação”.
Teve aquele que e acordou embriagado e mijou na geladeira pensando que estava no banheiro. Outro que acabou dormindo sentado na privada. Outro que “arriou o barro” no pé da cama, pense no fedor dentro do quarto no outro dia! Por motivos éticos (fiquem sabendo que existe ética no meio etílico!) a estes omitimos os nomes de seus autores. Porém a história de meu compadre Quincas, essa tenho certeza ele me autoriza contar.

Compadre Quincas, não sei se seu nome é Joaquim, sei que trabalha de vigilante na agência do INSS de nossa cidade, Santana do Ipanema. Dizia ele que foi a determinada festa mais nosso amigo Mario Holanda que já fora gerente da referida agência. Na dita festa, de bebida, só foi servido um tal de whisky cavalo branco, e tinha o equino estampado na caixa. Diz ele que passou a noite tomando o whisky, foi pra casa “pisando em rolimã”. No outro dia quis saber sua patroa:

-Ô Quinca que peste tu bebeu na farra esta noite?

-Por quê?

-Homem! Eu quase não durmo com você, pêidava, dava coice e relinchava!

Fabio Campos

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