O Moleque Tinha Duas Profissões Professor!

Já faz dez anos que gasto sola de sapatos, a caminho da Escola Estadual Mileno Ferreira pra ali trabalhar na espinhosa, porém auspiciosa função de professor. Ao sair de casa entrego o meu dia e minha jornada na mão de nosso Jesus Cristo. E sigo pra lida diária. Por esse tempo todo, nunca, nada me ocorreu relacionado a algum evento envolvendo meliante, larápio ou coisa desse tipo.

Excetuando à regra, certa feita, ao ter que passar por um grupo de malandros, nas imediações do antigo cabaré de Dona Brejão. Seríamos abordado por um deles. Um rapazote, aparentando estar sob o feito de drogas, pediria ao “coroa”, no caso eu, pra liberar um “troco” que alegou ser pra compra de bebida. Meio constrangido atendemos a solicitação, e seguimos em paz nosso caminho.

Meu filho Joaddan que hoje reside em Maceió, e que na capital alagoana já foi assaltado pelo menos umas duas vezes. A alguns anos passados, à caminho da Escola Mileno Ferreira onde estudava, bem próximo ao local aonde ocorreu àquele fato comigo, teve seu boné subtraído por um moleque de rua. De volta à casa, foi aconselhado a não tomar nenhuma providência relacionada àquele furto, que deixasse pra lá. Como também não reagisse com qualquer tipo de atitude violenta, caso voltasse a ocorrer a ele fato semelhante. Serviu a lição, e meu filho está vivo até hoje, com as graças de Deus.

Professor Luiz Silva, é professor novato na Escola Mileno Ferreira, esta semana contava-nos que mora em Santana do Ipanema há dois anos, e já foi assalto, nada mais nada menos que seis vezes! Apesar da seriedade que o assunto exige, pelo menos um dos casos envolvendo o professor, levou-nos, eu e a seus colegas de trabalho, ao riso pelo modo como ocorreu. Com o devido respeito que tenho ao colega, escusado as desculpas, passo a contar.

Professor foi prestigiar noutro ano, a festividade pela passagem do Dia do Estudante, à Praça da Bandeira. Ali um moleque de rua, cutucando-lhe o braço, pediu um “trocado”, dizendo que era para fazer um lanche. O providencial dinheiro miúdo foi da carteira do professor, para as mãos do pirralho. Alta madrugada volta o professor sozinho pra casa, quando chega às imediações da ponte do Padre, o mesmo moleque, desta feita com uma faca pexeira apontada pro seu pescoço, anunciou o assalto. O professor ao reconhecer o gatuno mirim tenta argumentar:


-Êi rapaz! Não foi você que me pediu dinheiro pra um lanche lá na praça!...


-Foi! Mas lá eu era pedinte, aqui eu sou assaltante!


Fabio Campos

Nenhum comentário:

Postar um comentário